terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Primeiro capítulo: O novo aluno.


Minha mãe morreu faz três anos. Logo depois meu pai se casou com uma outra mulher, o que eu nunca tinha imaginado que ele iria fazer isso. É eu sempre me surpreendo com ele.
Por causa da minha madrasta ele me obrigou a vir morar com a minha vó, enquanto a filha dela passa bem. Eu estou a um ano morando com a minha vó. Sabe aonde Judas perdeu o allstar? Então um pouco mais pra frente,  a casa dela é muito pequena então eu tive que encontrar um lugar para dormir, eu que não vou ficar naquela sala! Achei o sótão   depois de uns três dias limpando e arrumando até que ficou do jeito que eu queria, ela ainda não sabe que eu durmo aqui, ainda bem porque eu não saberia aonde me esconder.
Meu pai me mandaram para casa dela por que eu "não estava bem" na opinião deles.  Por que eu nunca posso falar a "minha" opinião  São sempre eles que tem que mandar em tudo, meu nome é Aluá  mas pode me chamar de Lu, bem vinda ao inferno da minha vida.

Eu sempre estou com o cabelo preso de baixo de um capuz, olhos azuis cheios de lápis preto e rímel  calças jeans rasgada, pálida  magra, ouvindo musica no volume máximo pra ver se  o mundo fica off.
Não como faz seculos, o que eu tento comer sai tudo. O que não sai eu gasto dançando ou botando um monte de roupa quente e começo a correr, ai eu perco peso. Ou simplesmente fico com a roupa. Isso ajuda e muito.
Como sempre, tenho que ir todos os dias para aquele inferno de escola, por que tinha que ser logo aquela entre tantas outras da cidade?

Me arrumo para ir, minha calça jeans, uma blusa e um casaco maior do que eu com capuz. Antes de sair de casa já boto os fones de ouvido e aumento no volume máximo  entro e saio da sala do mesmo jeito. Com os fones no volume máximo e com o capuz. Ainda me pergunto como eu consegui passar de ano.
Entro na sala de aula e como sempre vou para a ultima classe. O Sr. Torres o meu professor de Historia entro na sala e começou a falar de Grécia Antiga. Eu me amarro em Grécia Antiga, e claro que ele sabe. O que me surpreendeu foi quando ele me perguntou:
- Aluá, qual é a Deusa da caçada ? - pergunto ele
- Ártemis, irmã gêmea de Apolo. - Eu respondi
- Não sabia que você tava me ouvindo. - Falou ele surpreso.
 E foi nessa hora que entro a minha salvação, quer dizer não era a minha salvação.
Minha diretora se chama Cristina, ela é uma bruxa chata. Cheia de espinhas na cara, cabelo preto, baixinha, e com uma voz muito fina ela diz:
- Aluá precisamos conversar. -  E eu claro me levanto da classe e sigo ela. Não dou muita bola para os que as outras pessoas estão gritando, só sei uma coisa. É sobre mim.
Quando estamos no corredor indo para a diretoria, dou um pause na musica retiro os fones de ouvido, alguém passa do meu lado, nunca tinha visto ele antes, deveria ser uma garoto novo, isso me chamou tanta atenção que eu quase não percebo que a diretora tinha parado de caminhar, ela estava esperando eu entrar na sala. Passo por ela e me sento numa das cadeiras.
- Quer alguma coisa? Café, chá, biscoitos? -  Ela me olhou com um olhar de como eu fosse matar ela.
- Não obrigada! -  Dou um sorriso, continuo encarando ela. -  O que quer comigo?
- Quero falar do seu comportamento. -  Eu a interrompo. -  Nós já falamos sobre isso da ultima vez, não precisa ficar repetindo, eu não faço confusão em troca continuo na escola. Já disse eu aceito.
- Não é o comportamento da escola. É o de casa. Sua vó ligou, ela disse que tu não esta dormindo em casa, que não come, que não fala com ela. Por que isso?
Eu estava surpresa por ela ter perguntado isso, mas mesmo assim respondi. -  Desde quando tu tem a ver com o que eu faço fora da escola?
- Sua vó me pediu, só estou fazendo um favor para ela. Ou tu fala tudo ou ganha suspenção. - Ela deu um sorrisinho.
- Eu estou dormindo em casa, no sótão  ela que não percebe. Estou comendo no restaurante do outro lado da rua por que a comida dela é uma gororoba, eu não falo mais com ela por que se eu tento puxar um assunto ela ja começa a brigar. Ela não percebe que eu sempre limpo a casa quando ela esta fora. Agora eu posso ir? To perdendo aula. - Fico encarando ela.
Ela com relutância fala. -  Pode ir, mas eu estou de olho em você.
Deixei ela falando sozinha, pela primeira vez eu queria entrar na sala de aula, só pra ver quem era o garoto novo.
Bato na porta da sala e entro antes mesmo de dizerem alguma coisa, olho para a minha carteira e esta lá o garoto novo, sentado na carteira ao lado da minha.
Não consigo ver a cara dele, ele esta usando um capuz e percebo que também esta ouvindo musica, me lembro que eu tinha  tirado os fones de ouvido e pausado a musica. Coloco os fones e aperto o play.
Sigo em direção a minha carteira, sento nela, olho com o canto do olho para o garoto novo e percebo que ele estava tentando ver o meu rosto, desvio o olhar, acho que ele não percebeu que estava olhando.
O professor estava olhando para aonde eu estava e logo olhou para o garoto ao meu lado, consegui fazer uma leitura labial, o que me surpreendeu foi o que ele disse:  Belo casal.
Fiquei vermelha com o que ele disse, mesmo eu nem conhecendo o garoto eu fiquei muito vermelha. Percebi que o meu blusão tava pra cima, e tava mostrando um pouco da faixa no meu pulso, puxo o blusão para baixo pra que ninguém perceba, mas eu fui lenta de mais.
Ele pegou meu braço e o puxou para examinar melhor, eu tentei tirar o meu braço das mãos dele, mas ele é mais forte então não consegui tirar.
Pare de fazer isso. - Ele disse. A voz dele era tão perfeita. Ele levantou a cabeça e eu consegui olhar o seu rosto tão lindo, olhos azuis, cabelos pretos, sorriso branco, pele um pouquinho morena, bochechas vermelhas.
- Ah desculpe. - Nesse momento eu me toquei que ele estava lá. -  Meu nome é Sebastian, vim da Califórnia  - Ele soltou o meu braço e puxo o casaco dele para cima. Uma cicatriz grande na vertical estava em seu braço. Isso era obvio, ele tentou se matar. Tinha alguns cortes recem feitos, pra mim isso já estava ficando normal ver as pessoas com os cortes.
- Porque tentou se matar? - Eu olhei para ele, era difícil saber a sua expressão.
- Aluá. e Sebastian! - Gritou a professora Verônica. -  Parem de ficar falando e prestem atenção na aula!.
Me virei pra frente, não me importando com as risadas dos outros, não sei porque mas o Sebastian não era como os outros garotos da escola, ele era diferente.
Não falei mais com o Sebastian depois daquela aula. Bateu o sinal que mostra o fim das aulas, procurei ele  e não achei  em nenhum lugar.
Parei de procurar ele e fui pra casa a pé. Eu poderia pegar um ônibus  mas eu demoro mais indo a pé e não preciso ficar me preocupando com o horário já que minha vó cuida de umas crianças de tarde até a noite.
Há dois quarteirões de casa sinto uma mão indo para o meu nariz com um pano com cheiro estranho, nesse momento já sei que alguma coisa ruim irá acontecer.